(No Estadão online, sábado, 14/08/2010)
Depois de assistir o debate entre candidatos ao governo de São Paulo refleti, com tristeza, sobre a pouca confiabilidade nas muitas promessas feitas e a inutilidade das críticas lançadas pelos pretendentes. E que debates semelhantes foram realizados nas mais importantes capitais com igual irrelevância. Como mudar isso? Cheguei a três ideias (quixotescas para nossa realidade, mas...) que deveriam ser motivo de estudo e guardadas para, um dia, quem sabe, serem implantadas em nossas instituições públicas. Primeiro, seria necessário acabar com a estabilidade e adotar o regime de FGTS, como no setor privado. Segundo, deveria ser obrigatório que toda e qualquer contratação, de determinado nível para cima, usasse critérios exclusivamente de mérito, e não políticos, com apresentação de currículo padronizado para todos e disponibilizado de modo transparente. E, finalmente, o mais importante: deixar conscientizado a todos que desejam assumir cargos públicos que estão dando sua cota de sacrifício pelo bem da cidade, do Estado ou da Nação, e não obtendo passaporte para o enriquecimento e a impunidade. Somente com a adoção destas medidas é que poderemos ter governos que nos engrandeçam, nos dêem orgulho e que tenham valor correspondente ao muito que pagamos de impostos. O resto fica nas promessas impossíveis de serem cumpridas, nas críticas e na certeza de que pagaremos impostos e taxas, cada vez maiores, para serem desperdiçados nos ralos da incompetência e da corrupção. E enquanto não adotarmos tais critérios, temos de aguentar as encenações políticas de nosso Brasil e sua capenga democracia!
Silvano Corrêa
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