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quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

E a cracolândia de Brasília ?

Neil to cherado Ferreira

Só um mano cherado pode se meter a levantar essa bola, para ver se algum brôu da oposicinha tem peito de levar a peito em Brasília o que a Prefeitura e o Governo do Estado de Sumpólo fizeram na cracolândia pólista: o choque de dor e sofrimento, dado como medida de desespero num problema crucial para a sociedade, que parece não ter jeito – o crack, seus viciados e traficantes.
A cracolândia de Brasíla, que atende pelo codinome de corruptolândia, é o outro problema crucial para a sociedade e que também não tem jeito -- a corrupa, seus viciados e traficantes.
Escrevo “viciados” tanto para os de crack como os da corrupa e não usuários ou dependentes, por serem viciados mesmo, basta a primeira dose e a indivídua e o indivíduo não largam mais. “Dependentes” e “usuários” podem querer dizer a mesma coisa mas de maneira suave, políticamente correta.
Não sou políticamente correto, quem me conhece sabe. Dou nome aos bois sempre que sei seus nomes; tenho convicção do que escrevo. Não engano ninguém sobre o que penso – e se penso mesmo. Certos petistas, que enchem minha caixa postal de e-mails ofensivos, afirmam que se eu penso, “penso com os intestinos”.
Democráticamente, respeito Democracia é o livre convívio dos opostos. As alas majoritárias do PT e da base alugada pensam exatamente o oposto, se é que pensam. “Acreditam religiosamente” explica melhor, obra do trabalho hipnótico da propaganda oficial, realizado pelo sequestrador Franklin Martins, herdeiro do doutor Joseph Goebbels, que chefiou o Ministério da Verdade, responsável pela Mentirobrás, a principal e mais atuante estatal do governo do Cara.
“Traficante” é traficante mesmo, de crack ou de influência, como certo estrelado figurão, apanhado vendendo “republicanamente” por muitos milhões de reais a sua capacidade de abrir portas para atrair tenebrosas transações privadas na área pública.
Caiu de um Ministério, mudou a mosca; mudaram seis outras moscas subsequentes, caídas por suspeitas ou quase certezas, levantadas pela imprensa independente (que la hay la hay, sorria), de avoejarem metendo suas patinhas inocentes na mesma matéria fétida de sempre.
Em resumo e traduzindo para o brasileiro castiço véio de guerra: “Mudam as moscas, mas a m*rda continua a mesma”. Parece grossura, mas cito, entre aspas como você viu, a vox populi vox Dei. Se é vox Dei, façamos de joelhos o Nome do Pai e pronunciemos o Amém, agradecidos pela explicação dada, simples e verdadeira, que nem o professor Pasquale se atreveria a reprovar.
A PM ocupou a cracolândia numa operação de choque porque repeliu com vigor a resistência dos viciados sem-teto, que perambulavam errantes pelas ruas ou apagados, jogados no chão das calçadas.
De sofrimento, porque com a prisão de traficantes e apreensão do crack, as doses trocadas por tostões racionaram; a escassês do produto levou à elevação dos preços.
Crise entre a procura e a oferta; é a Segunda Lei do Capitalismo Selvagem: produto em falta, maquininha de remarcação de preços canta em altos brados, tanto nos hipermercados como nas ruas da cracolândia.
A Primeira Lei do Capitalismo Selvagem aplica-se ao mercado da droga e também a tudo o mais existe na face da Terra, até a ameaça do fim do mundo em 2012: “Enquanto houver um trouxa comprando, haverá um esperto vendendo”.
Já escrevi um artigo com o título “Sou zelite”. Sou. Até hoje uso uma camiseta com “Sou zelite” escrito no peito. Qualquer zelite como eu, que se atrevesse a enfiar seu delicado nariz na fedentina de privada daquelas ruas (as ruas são as privadas dos sem-teto), ou ter seus olhos geralmente habituados ao lado menos ruim da vida, agredidos pelos pobres trastes humanos que buscam o alívio na droga, até que o descanso final da morte sobrevenha, duvidaria do que os seus sentidos estavam captando.
A PM tomou a má decisão de ocupar a cracolândia, dizem que sem o conhecimento do Governador nem do Prefeito, para devolver seu espaço à renovação da cidade. Na vida, sabemos que a má decisão é melhor do que nenhuma decisão.
Ao alvorecer, no momento do “ataque”, ninguém dus Dereitos dus Manos, nem assistentes sociais, nem o padre Lancellotti e a sua “Pastoral do Povo da Rua”, apareceu para fiscalizar a ação e, como cidadãos, até mesmo interrompê-la. Estariam todos ainda dormindo ou já em férias.
O padre Lancellotti apareceu, sim, uma semana depois em todas as emissoras de rádio, tv e blogs da internet purgando regras sobre como a ação foi errada e violenta. Como os outros que o antecederam, nada tinha para colocar no lugar do que a PM fez. Aliás, tinha sim; ele há algum tempo recuperou um Marmanjo de Rua que lhe prestava serviços obscuros, doando a ele uma SUV de luxo. Poderia repartir fraternalmente sua experiência com as pessoas e entidades honestamente envolvidas com a recuperação, se possivel, dos sofridos habitantes da cracolândia.
Nenhum Genoíno apareceu, que ele não é bobo nem nada de se meter nessa Araguaia aí, que dessa ninguém escapa ileso. Dá muito mais lucro assinar “sem ler” contratos de Cem Milhões de Reais, com o Banco Rural.
O mundo caiu na cabeça de quem se mexeu, ainda que de maneira errada, para enfrentr o problema. Quem nunca moveu uma palha rosnou criticando, mas ninguém deu sugestão alternativa e viável, continuam sem saber o que fazer.
O Governo Federal apareceu com um plano secreto para ser executado em abril, para “atuar na questão da cracolândia”. Será a intervenção federal em Sumpólo, já que aqui eles não ganham nenhuma inleissão ?

Este texto é de ficção. Não tenho coragem de escrever sobre a vida real, a realidade é muito mais apavorante do que qualquer ficção.

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NEIL FERREIRA
QUEM TEM CACICA É INDIO
PCC - POVO CONTRA A CORRUPÇÃO

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