(No Estadão online, terça-feira, 25.10.2011)
Não precisa ser um super detetive para comprovar corrupção ou malversação de verbas nos ministérios: basta seguir o dinheiro (follow the money). Certamente existem contabilizados no Tesouro os valores distribuídos a cada ministério, sob responsabilidade do respectivo ministro e seus departamentos. Seguindo o seu rastro, é possível saber qual resultado foi obtido na ponta final. No caso do Ministério do Esporte, muito dinheiro foi canalizado para ONGs, algumas sérias outras de fachada, mediante assinatura de contratos de prestação de serviços que detalhavam obrigações assumidas para justificar o valor contratado. Que se faça uma auditoria levantando a estrutura e capacitação de cada ONG, confrontando o que foi assumido e feito por ela. Na hierarquia ministerial, levantar quem são os funcionários responsáveis de conferir cada etapa, e autorizar a liberação de mais parcelas do combinado. Várias conclusões ficariam claras: os controles governamentais são deficientes ou não existem; as pessoas não são confiáveis ou são coniventes; os desperdícios poderão ser entendidos, na pior hipótese, como corrupção, ou na melhor, como incompetência. Ambas as situações são altamente prejudiciais aos contribuintes e trabalhadores que muito se sacrificaram para pagar pesados impostos. Ambas indicam melhoria dos controles e demissão sumária dos envolvidos, especialmente do ministro responsável máximo da pasta. Chega de desperdiçarmos tanto dinheiro para a incompetência e corrupção! Para isso só é necessário mais seriedade e vontade política. Elementar, meu caro Watson!
Silvano Corrêa
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