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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MAROLA OU TSUNAMI?



(No Estadão Online, quinta-feira, 22/10/2009)
Em um dia, empresas brasileiras perderam US$ 55 bilhões na Bolsa devido ao "pedágio" de 2% sobre o ingresso de capital externo. Isto mostra nossa grande dependência no dinheiro de fora. E, geralmente, esse dinheiro é especulativo, aproveitando os altos juros que pagamos. Para resumir, temos a seguinte situação: o governo gasta muito e gasta mal, precisando fazer caixa para fechar as contas; para isto, tem de manter juros altos, não sendo viável baixar a taxa Selic a níveis de Primeiro Mundo; com juros altos, nossos empreendimentos se tornam caros e não competitivos no mercado mundial; e, para incentivar as exportações, o governo tem de oferecer vantagens especiais que exigem ainda mais caixa. Enquanto nosso governo não se tornar mais eficiente e menos perdulário, reduzindo gastos de custeio e de folha, e aumentando investimentos em infraestrutura de base para apoiar as empresas nacionais, essa situação continuará nos colocando em desvantagem para o capital externo. O capital excedente de países sérios e eficientes virá para nossa Bolsa só para aproveitar os juros e as oportunidades, e retornará à origem mais gordo (com nossa riqueza se escoando no giro da especulação). As empresas nacionais continuarão sofrendo com o crédito caro e o alto "custo Brasil" pela infraestrutura em frangalhos e excesso de burocracia para justificar o inchaço do funcionalismo, tendo enorme dificuldade para competir. Enfim, com a política perdulária deste (des)governo, a riqueza vai sempre fluir para as nações mais eficientes, que apoiam o capital nacional. É um quadro muito sério que, um dia, terá de ser resolvido. Por baixo da "marolinha", da qual Lula tanto se gaba, existe, infelizmente, um tsunami negativo: os brasileiros honestos e produtivos têm de trabalhar cada vez mais, pagando altos juros e bons dividendos aos capitais "espertos" de fora. É imperioso mudar esse "círculo vicioso" para um virtuoso. Quando será que o governo Lula vai entender que no mundo globalizado também não há almoço grátis!

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