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quinta-feira, 2 de abril de 2009

Carta da Dra. Maria Iracema Pedrosa

ILMO. SR.
SÍLVIO BRASIL DE LIMA
DD DIRETOR DO JORNAL MESORREGIONAL
NESTA


Senhor Diretor,

Reporto-me à carta de repúdio das lideranças indígenas publicada na folha 22 da edição Nº. 9 – Março de 2009.

Qualquer pessoa meridianamente alfabetizada percebe que as chamadas lideranças indígenas estão confusas e descontentes com o isolamento a que foram submetidos.

Sabe-se que foram doutrinados por missionários estrangeiros pertencentes ao CIMI, para aceitarem a segregação, terem consciência de que são melhores que os BRANCOS CIVILIZADOS, sendo estes são seus inimigos e do MEIO AMBIENTE.

Desconhecem que são massa de manobra de interesses escusos que afetam a SOBERANIA NACIONAL e o DIREITO DE IR E VIR, de 185 milhões de brasileiros, denominados BRANCOS CIVILIZADOS, que só podem andar por 87% do País, mas os índios podem percorrer 100% do Brasil, como diz o professor Ives Gandra Martins.

Mesmo com esse privilégio, a discriminação é perversa e cruel, porque os indígenas não passam de VÍTIMAS da maldade perpetrada pela intelectualização do instinto de uma minoria concentradora da renda do planeta.

O pior de tudo é que quem pensa que está defendendo os interesses indígenas, na verdade, se encontra na condição de seus inimigos e inimigos da Pátria, exatamente porque também, inconscientemente, é massa de manobra desses interesses escusos dessa minoria concentradora da renda do planeta.

Se esses indígenas quisessem segregação não estariam reivindicando “recursos financeiros para a saúde, educação, sustentabilidade e perspectivas direcionais à sobrevivência”.

Na carta, essas lideranças, subrepticia e inconscientemente, deixam claro que querem ser integrados à COMUNIDADE NACIONAL, como está estabelecido no art. 1º. Da Lei 6001/73 – ESTATUTO DO ÍNDIO.

Somente assim, o art. 5º. da Constituição Federal que estabeleceu:
“Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade” entrará em vigor.

Por enquanto, todos, tanto BRANCOS CIVILIZADOS, sem representantes em lugar nenhum, como disse o ilustre Deputado Federal Clodovil Hernandes, quanto os indígenas, estão mergulhados no caos: perplexos, confusos, infelizes, suportando PESADA E PERVERSA CARGA TRIBUTÁRIA.

Para ilustrar segue abaixo a foto da branca civilizada ANTONIA GOMES FARIAS, que há anos foi desalojada do lar construido no Vale do Javari, foi condenada a viver rolando de em casa em casa. Em 2003, sonhando construir uma casinha, ajuizou ação de indenização por danos morais, na 6ª. Vara do JUIZADO ESPECIAL FEDERAL, que julgada procedente, apesar dos critérios de simplicidade, oralidade e celeridade processual, até à presente data, não recebeu a indenização.
Para concluir, e amenizar a dor, transcrevo o pensamento de Mahatma Gandhi:
“A VERDADE É DURA COMO O DIAMANTE, MAS É SUAVE COMO A FLOR DE PESSEGUEIRO. QUEM NÃO CONHECER A DUREZA DIAMANTINA, NÃO GOZARÁ DA SUAVIDADE DA FLOR”.
ATENCIOSAMENTE.

Maria Iracema Pedrosa
OAB/AM 1.709

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