Yoani e Dilma
Duas mulheres, dois contrastes: de um
lado a figura delicada e frágil de Yoani Sanchez com seus longos e bastos
cabelos jogados de lado, seu rosto natural e expressivo do
qual visivelmente brota profunda paixão pela causa que defende deixando
transparecer uma força enorme e por isso tão temida pelos defensores do
atraso. E aqui, neste cordial solo brasileiro, foi insultada, agredida, impedida
de expressar-se livremente por manifestantes histriônicos,
atormentados esquerdóides que não conseguem mais abrigar dentro de si tantas
contradições com as quais são obrigados a conviver dia após dia. Enfraquecidos,
por mais que gritassem palavras de ordem já desgastadas, com ataques
despropositados beirando à agressão fisica, não conseguiram dobrar nem um
milímetro a espinha dorsal deste símbolo da resistência à ditadura cubana. De
outro, num curioso contraste, está Dilma Rousseff, com seu jeito de durona, fala
muitas vezes rude, aparência absolutamente cuidada, pele e cabelos curtos
impecáveis, roupas bem talhadas e com todo semblante de poder como se fosse
impossível alguém submetê-la. Mas como as aparências enganam! Os irmãos Castro
foram incapazes de dobrar e calar Yoani Chavez. Já Dna.
Dilma expõe cada vez mais que todo seu jeito de ser não passa de mera
atuação desde que foi escolhida sucessora por seu criador. Seus conhecidos
murros na mesa e suas "broncas" são incapazes de camuflar sua submissão à figura
do chefe que agora está sendo chamado de "presidente emérito" ou "presidente
adjunto". Machista como é, Lula mantém seu contrôle sobre a presidenta que já
percebeu de forma bem domesticada que manda quem pode e obedece quem tem juízo.
Humildemente ouve advertências e sugestões do Sr. Lula da Silva, repete seu
mantra de negar qualquer feito de antecessores e aprendeu, ensaiada por seu
criador, a contar vantagens sobre o que jamais realizou. O mais intrigante na
comparação entre essas duas mulheres é que Dilma foi
gerrilheira mas Yoani é guerreira. E para ser
para ser uma guerreira é preciso muito mais do que pegar em
armas: é preciso muita dignidade e força interior e sobretudo, clareza da tarefa
a realizar e do caminho a percorrer.
ELIANA FRANÇA LEME
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