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sexta-feira, 6 de maio de 2011

Onde Jack Bauer desovou o presunto?

Neil las hay Ferreira

Eu, você e a torcida do Flamengo fomos esmagados por toneladas de falas, textos, mesas-redondas nas tevês, rádios, jornais e internet sobre a morte de Bin Laden.

Livros de História (estória ?) aprovados pelo MEC falam mal de FHC e elogiam Lulla, o Leão bate novo recorde de mordidas trilhardárias quase na moita, fomos pegos distraídos. Para alguma coisa essa morte serviu.

Todos nós estamos José Serra (carecas) de saber o quê o presidente Obama falou no domingo à noite: “-- Bin Laden foi morto numa ação das Forças de Operações Especiais (mais tarde ficamos sabendo que eram os SEALs, força de elite da Marinha); a justiça foi feita”.

Vamos deixar de lado as comemorações na frente da Casa Branca e do Pentágono, em Washington DC, e no Ground Zero, em NY, onde ficavam as Torres derrubadas nos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que mataram 2.995 inocentes, segundo dados oficiais.

Se o ataque tivesse sido ao Corcovado, no Rio, ou ao Minhocão, em Sumpólo, dois incontestáveis marcos das nossas principais cidades, famosas por zelar por suas belezas naturais e construir as que não existem, eu também comemoraria nas ruas.

No meio daquelas toneladas de palavras, entrevistas, notas oficiais de governos aliados ou solidários aos Estados Unidos na caça ao terrorista, reconheci apenas dois fatos, ao que tudo indica confirmados: (1) Bin Laden foi morto; e (2) a ação, embora militar, foi comandada por um civil, Leon Panetta, diretor da CIA.

Até eu notei os efeitos colaterais imediatos. A recuperação do prestígio do presidente Obama, que lançou candidatura à reeleição mesmo com o seu ibope em queda. A recuperação do orgulho americano, duramente ferido pelo ataque de 11 de setembro e quase enterrado por sucessivas crises econômicas – o desemprego teima em se manter em índices elevados, os Estados Unidos não são mais a primeira potência industrial do mundo, o dólar não é mais aquele. A ressurreição da CIA, afundada no quinto andar do porão e alvo de piadas populares, resultado de mais de 50 anos de tentativas fracassadas de matar, derrubar ou neutralizar o cumpañero Fidel, embora tendo dado com muito sucesso um “jetio” no cumpañero Guevara.

As linguas de certos bocas do inferno insinuaram que a CIA e Fidel associaram-se nesse job contra Guevera, a CIA por motivos óbvios, Fidel para ver-se livre de um aliado que disputava com ele, e ganhava, os corações e as mentes das massas cubanas e internacionais. Faz sentido.

Voltando ao falecido, surgiram as indispensáveis teorias da conspiração, eu sou fã confesso delas e do filme que o Mel Gibson fez com elas. Acho que todas são verdadeiras, e sempre respondo aos são tomés que exigem ver para crer: “Quem viver, verá”

Uma, muito interessante, é a da participação da Mafia italiana na bem-sucedida operação. O nome Panetta, o da CIA, talvez seja a impressão digital que pode iluminar essa participação.

A associação do governo americano com a Mafia não é novidade. “Lucky” Luciano, capo mafioso dos mais importantes, preso e condenado acho que à prisão perpétua, foi libertado e deportado para a Itália, onde comprovadamente organizou o apoio da população local ao desembarque das tropas aliadas na Sicília, na 2ª Guerra Mundial.

Outra mãozinha como essa, agora na ação contra Bin Laden, não seria de estranhar.

Mas a boa mesmo é a do desaparecimento do Jack Bauer após a sua oitava temporada, em momento aproximado ao da descoberta do tal mensageiro de Bin Laden, no Afeganistão, que, seguido, teria levado a CIA a descobrir o bunker de Bin Laden no Paquistão.

As datas coincidem com uma alegada aparição de Bauer na prisão de Guantánamo, onde teria se dedicado civilizadamente, como são reconhecidos os seus métodos, a obter informações de prisioneiros muçulmanos afegãos e paquistaneses.

Aqui, a impressão digital de Jack Bauer é mais nítida do que a da Mafia. A Casa Branca admitiu oficialmente que Bin Laden foi pego desarmado. Uma suposta filha dele, de 12 anos que teria sobrevivido, alegadamente falou (não sei a quem, talvez ao WikiLeaks) que o pai dela foi “morto na frente da família, desarmado, com um tiro no peito e um na cabeça”. Jack Bauer do puro, do legítimo, do escocês.

Agora, cara, o busílis da qüestã. Vinte temporadas vendo a série “Law and Order”, doze vendo “Law and Order Special Victims Unity” , nove vendo “Law and Order Criminal Intent” e três vendo “Law and Order United Kingdon”, sou PhD em séries de tribunais, me autorizam a afirmar que “sem corpo não há crime”.

Acredita-se que Jack Bauer desovou o presunto de Bin no Mar da Arábia, para nunca ser encontrado, como Rubens Paiva – a família até hoje tenta provar a sua morte. Desaparecido há 40 anos sob o regime militar, suspeita-se que teria sido jogado no mar em 1971.

Há uma piedosa narrativa contando que o corpo foi lavado e enrolado em lençol branco, segundo o ritual muçulmano e sepultado no mar. Fato ou versão ? Você que conhece Jack Bauer acredita no quê ?

AQUI NA BANÂNIA, VAI TUDO BEM NO MELHOR DOS MUNDOS, DR. PANGLOSS.

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