Na última quarta feira do mês de Abril “comemora-se” o Dia do Cão-Guia. Este ano será o dia 27.
Quem não se encanta quando vê um deficiente visual acompanhado por seu cão-guia?
Logo vem a vontade de acariciar o cão.
Parece coisa de filme. Distante da gente. E realmente está um pouco distantes.
Apenas em 2005 entrou em vigor a Lei Federal 11126/05 universalizando no país o direito de acesso do cão-guia a qualquer espaço público.
O cão-guia é um divisor de águas para o deficiente. Transforma a vida daqueles que conseguem um. Passam a ter maior independência, facilitam seu deslocamento, ampliam a acessibilidade, dentre outras dificuldades do dia-a-dia.
Quem é esse animal?
As principais raças de cão-guia são: o Labrador, o Gold Retriever, o Pastor Alemão e seus cruzamentos. Cada uma destas raças possui exigências básicas para um cão-guia: um temperamento disposto e estável, tamanho e peso saudáveis e pêlos fáceis de se tratar.
Treinados para conduzir a pessoa de um lugar a outro em linha reta, parar nas mudanças de elevação (meio fio, escadas); e conduzir seu dono em torno dos obstáculos, inclusive aéreos, tais como galhos das árvores e telefones públicos. O usuário deve saber os sentidos (direção) para alcançar os destinos desejados e dar ao cão os comandos verbais para chegar lá.
O trabalho de um cão-guia requer habilidade e comunicação. Os cães quando estão com a “guia de serviço” devem evitar distrações, como ruídos, cheiros, outros animais e pessoas, a fim de se concentrar no trabalho de guiar. O usuário aprende a reconhecer e seguir o movimento do cão, como p.ex. quando virar em uma linha reta a fim de evitar obstáculos. O usuário também deve saber como prosseguir com cuidado quando o cão retarda ou para.
Antes do treinamento formal, cada filhote tem seu nível de sensibilidade avaliado. Esta informação ajuda a determinar como prosseguir no programa de treinamento dentro das particularidades de cada cão. São feitos exames físicos completos, por uma equipe de veterinários, a fim de determinar se os cães estão em boa forma, saudáveis e prontos para começar a treinar.
O cão tem vida útil de trabalho de oito a dez anos quando são aposentados e recolhidos a uma instituição que cuida deles, se o deficiente não tiver condições de mantê-lo.
Simples e bonito, não?
Seria mais fácil se isto fosse a realidade do Brasil.
Os menos de oitenta cães-guia existentes por aqui são em sua maioria cães labradores.
Não qualquer labrador. São importados. Vêm dos EUA.
A pergunta é rápida: Porque isso se há tantos labradores e pastores andando por aí?
A resposta também rápida e simples: O Brasil não tem nenhum programa de criação e treinamento para os animais, embora possua alguns treinadores capacitados e existam cerca de cinco milhões de deficientes visuais no país.
Há uma entidade que organiza a “importação” dos cães.
O IRIS – Instituto de Responsabilidade e Inclusão Social – OCISP que vive basicamente de trabalhos voluntários e parcerias, tem cerca de três mil deficientes cadastrados na esperança da chegada de sua vez de receber gratuitamente seu cão, obtido através da parceria com a Dog Leader (Michigan-US) que doa os cães.
Entretanto, há as despesas por conta do treinamento exigido pela Dog Leader. É necessária a ida do deficiente até os EUA por cerca de quatro semanas para um período de adaptação, que são pagos pela IRIS.
O custo é de cerca de U$ 15.000 (cerca de R$ 25.000,00)
O último cão trazido foi Toby (foto). Veio em 2008.
IRIS, em 2011, espera enviar quatro deficientes para o treinamento, mas depende de patrocínios e doações.
Qualquer pessoa (física e jurídica) pode ajudar. Acesse o site www.iris.org.br.
Verão como é fácil facilitar a vida de quem não pode ver.
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