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domingo, 13 de setembro de 2009

A Morte e a Morte da Coroa do Cara

(ilustração da nossa querida Sivane Saboia)

Neil um gole pro santo Ferreira.

À maneira de “A Morte e a Morte de Quincas Berro d´Água”, de Jorge Amado. Quincas era um delicioso pinguço que vivia encostado nos saveiros da Bahia, arrumando um troco para encher a cara e detonar com as quengas nos castelos (puteiros) da zona do porto. Quincas, os saveiros, os puteiros e as quengas foram imortalizados por Jorge Amado num livrinho encantador, “Velhos Marinheiros”, em que também contava as peripécias de outro velho marinheiro, Vasco Moscoso de Aragão, capitão de longo curso que nunca navegou, vagava o mundo na sua doce fantasia.
É o melhor Jorge Amado que conheço, melhor do que o de “Capitães de Areia”, saga antecipadora dos aterrorizantes “dimenor” de hoje, tornados quase impunes pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA, uma eca de estatuto, como sabemos. Muito melhor do que o de “País do Carnaval, Cacau, Suor”, que o projetou como autor.
“Velhos Marinheiros” resgata o admirável contador de histórias, libertando-o do panfletário de quinta categoria que o sequestrou, aprisionou e obrou a porcaria, com perdão dos porcos, que é “O Cavaleiro da Esperança”, santificação de Luiz Carlos Prestes, talvez para agradar ao alto comissáriado do AgitProp do Partidão, a.k.a. (also know as) Pecebão, a.k.a Partido Comunista do Brasil, tão amado pelo coração do Amado.
Berro d´Água era porque seus chegados quase provocaram seu passamento prematuro, ao trocar só de sacanagem seu cálice cheio da pura apaga-tristeza por igual copinho com água, num arremedo de piada de tremendo mau gosto. Ao provar daquele líquido estranho e mortal pela primeira vez na vida, Quincas sentiu enorme queimação na boca, na lingua, no gogó, no bucho e nas tripas, “ááááágua !!!” berrou desesperado e ao solo tombou. Submetido a tratamento de emergência com generosas talagadas da legítima cura-tudo, sarou. Berro d´Água para sempre ficou.
Quincas transfere-se desta para a melhor em nebulosas circunstâncias, de acordo com minhas também mais que nebulosas lembranças. O que poderia ser um triste fim é apenas o começo de heróica epopeia. Seus amigos de fé, irmãos, camaradas, testemunhas do sucedido, tentam carregá-lo para um velório decente com a presença de honesta quantidade de água-benta, não essa de benzer, claro, mas a de beber estalando-se a lingua, água-que-gato-não-bebe, aquela-que-matou-o-guarda, arrebenta-peito, boa-pra-tudo, amansa-corno, iaiá-me-sacode, para consolar e animar convivas e parentes, que certamente proporcionariam casa lotada à cerimônia, gargalhando daquelas anedotas de velório tão ao gosto do povinho miúdo embalado na bafo-de-tigre.
À simples menção do risco de ser retirado de onde estava, fazendo o que mais amava na vida e na morte, bebendo e vadiando com suas quengas de escolha, para arriscar-se a enfrentar as lágrimas da crocodila que se dizia sua sogra e que ele com todo respeito chamava de “Saco de Peidos”, Quincas resistiu bravamente.
Para provar que decidia a recusa no gozo pleno de suas faculdades, bebeu toda baba, birita e birinaite que achou na frente, em cima, em baixo e ao derredor. Heróico, tombou novamente, desta vez de vez por todas, testemunhei a cena desfocada, é assim que me lembro e confirmei ao acordar com tremenda ressaca ao lado do morto, que na cara portava indigno ricto de paz e felicidade. Morte indubitável, indiscutível, da silva.
Tudo isso narrei festejando entre goladas da assovio-de-cobra, para confirmar que a candidatura da Coroa do Cara acabou de ter, como Quincas, a sua morte seguida da sua morte, duas vezes morreu, ao quadrado ela morreu, para comprovar-se a morte como indubitável e indiscutível, mortinha da çilva a candidatura está, vamos encontrá-la nos quintos dos infernos, se o Demo permitir visitas íntimas aos condenados.
A primeira morte já narrei aqui neste DC e é o pior do pior quando um cara se acha tanto que cita a si mesmo, mas vá lá. Quando o Cara nomeou três celerados e uma pé gelada para ser o “brain trust” da campanha da Coroa, dirceu, paloffi, dutra e marataxa relaxa e goza, vaticinei “É um para cada alça do caixão”.
Com esse sétimo da cavalaria, “the cow went to the swamp”, como diria o guru Millor Fernandes, repleto de genialidade.
Agora, a CNT/Sensus crava a estaca de madeira no coração da vampira. Esse instituto chapa-branquíssima, do Clésio aquele, cidadão abaixo de qualquer suspeita, registrou o Serra dando tremenda sova na Coroa do Cara em todos os cenários pesquisados.
Pior, mostrou que depois de mais de um ano de “não” campanha diária carregada para cima e para baixo, debaixo do sobaco do Cara, não somou nem unzinho por cento de seu aos índices, o que tem é obrado pelo Cara.
Mais pior do que o pior, na mesma pesquisa o Cara caiu dois tantinhos.
A candidatura da Coroa do Cara móóórrreu. O Cara voa e presiMente que compra aviões. Um dia a casa (ou o avião) cai.
HOJE, NINE/ELEVEN, DIGA AO OSAMA QUE HÁ DUAS TORRES BRANCAS EM BRASÍLIA. TALVEZ ELE TENHA UMA BOA IDÉIA.

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