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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Onde andará o amanhã?, por Marli Gonçalves


Prá frente, Brasil! Vamos que vamos. Começar de novo. Andar com fé, eu vou... A hora é essa. Não espere acontecer.




O que mais eu posso dizer para te animar? E para me animar? Otimista, digo que tudo vai dar certo, que vamos conseguir seguir, encarar, enfrentar e vencer tudo o que vem vindo e que já vislumbramos os contornos. O céu negão em cima de nossas cabeças se reveza com o azul, todo iluminado. Tudo muito quente, abafado, dolorido. Parece que somos nós o cozido sendo preparado na panela de pressão. Ou seremos - será? - só o pavio do barril de pólvora? Fiat Lux!

Serão 40 dias até a próxima parada. Mas esses precisam ser mais vividos e melhor aproveitados, por favor. Senão, inclusive, a gente sucumbe. A mesmice não pode continuar imperando, com tudo tão previsível. É hora de aplainar a terra, afofar, jogar as sementes de ocasião. Uma espécie de prenhez coletiva, homens e mulheres, esperando o nascimento ou a gestação de alguma coisinha; e nisso somos todos férteis, loucos a desejar bebês rosados.

Mas, e essa paradeira? Essa preguiça, indolência, essa leseira, esse desinteresse e a impressão que já está tudo muito perdido? A sensação que tudo já foi melhor, que só vence quem rouba? As desilusões do amor, as rasteiras vindas das capoeiras mais improváveis - tudo vai deixando a gente cada dia mais cansado, mais esquisito, tenso e esquivo. O quê? Pensava que era só você que sentia isso?

Esses últimos dias foram contraditórios, tanto quanto o céu azul e as ruas alagadas. Minha primeira noite de Carnaval, na sexta, de Sambódromo e tudo, foi seguida por um velório no começo da tarde de sábado. Alguns amigos que encontrei nos dois momentos, acredito, viveram a mesma esquisita e insólita situação. Mais um de nós se despedia antes do tempo regulamentar, deixava a avenida. Essas coisas que fazem a gente pensar no tempo, na história, no que fez ou deixou de fazer.

Para completar (falamos mais depois), vou ter que entrar em breve na faca, repor um parafusinho. Estou achando estranho esse tempo de poder programar. Às vezes acho que gostava mais de quando era pequena, que decidiam por mim. Vapt-vupt. Quando acordava, já estava executada.

Não é fácil ser senhor de si mesmo. Mas todos nós, enfim, o somos!É como se dentro de nós morasse um monte de gente, de tudo quanto é tipo. Do mais maltrapilho, ao lorde; do santinho ao dapá virada; o preguiçoso, o bêbado, o moralista, o equilibrista, o drogado, o idiota e o esperto, o egoísta e o solidário. Nosso espaço de liberdades individuais. Acredito que por causa disso é que nunca ninguém conhece totalmente outro alguém.

Agora, nesses próximos dias, é hora de juntar toda essa nossa turminha interior para uma Assembléia Geral. Para decidir quais serão os seus, os nossos, protagonistas dos próximos dias. É hora de guardar o palhaço, chamar o lenhador e todos os santos. Estou convocando, decidi, para começar, a minha porção Racional; pedindo passagem para a Corajosa e também para a Dengosa, que eu não vou perder essa oportunidade de todo mundo ficar me dando carinho e atenção. E vou botar a Serelepe para coordenar todo esse pessoal. Assim tentarei manter o bom humor.

Espero poder ter te impulsionado. Do lado de cá já me sinto um pouco melhor e mais disposta. É muito bom a gente ter com quem conversar. Mesmo que a gente não se conheça e não possa inclusive nem brigar – às vezes podemos nos ajudar mais do que quem está do nosso lado.

Temos que começar de novo. Senão mixou o carbureto. E essa veio do fundo profundo do baú.

São Paulo: vamos lá, em frente! Enfrente!


· Marli Gonçalves, jornalista. Passou esses dias prestando atenção um pouco mais a si mesma, o que é raro e muito próprio dos momentos de decisão.



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