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sexta-feira, 25 de setembro de 2009

"lulla" o filme de 40 milhões


Neil é tudo ficção Ferreira.

Como não suporto mais o fedor da base de apoio do Cara -- sarney, renan, collor e seus olhares assassinos, e não vou nessa guerra declarada a Honduras nem a pau, vai ser o Vietnã do Cara, resolvi me meter num assunto que entendo menos do que o pré-sal, mas gosto mais do que dessa podridão.
É o cinema. Não está isento de cheirar a esgoto, ainda mais depois que a “inteligentzia” presente no Festival de Veneza aplaudiu tchávez, escoltado por Oliver Stone.
Barretão, Luiz Carlos Barreto, e sua mulher Lucy, pais dos diretores Bruno e Fábio, são os mais bem sucedidos produtores do cinema nacional dos últimos 30 anos.
“Dona Flor e seus dois maridos”, com Sonia Braga, dirigido por Bruno, é talvez a maior bilheteria de todos os tempos. “Rei do Rio”, com Milton Gonçalves, dirigido por Fábio é, na minha opinião, o mais inteligente sobre jogo do bicho, bicheiros, o povinho arraia miúda da contravenção e da superstição, o baixo clero do crime pé de chinelo do Rio de Janeiro. Milton faz um Exu genial.
Fizeram drogas também. Cinema é risco e ninguém sabe o que vai dar certo ou errado, aqui ou em qualquer parte do mundo.
O roteirista William Goldman afirmou em “Adventures on Screenwriting”: “Em Hollywood ninguém sabe nada. Escrevi trinta roteiros, doze foram filmados. Não sei por que os produtores quiseram esses e não os outros”.
Entre os filmados, Goldman ganhou Oscar de roteiro original por “Butch Cassidy and The Sundance Kid”, com Paul Newman e Robert Redford, e Oscar de roteiro adaptado por “All the President´s Men”, com Robert Redford e Dustin Hofman.
Barretão, Lucy, Bruno e Fábio deram mais certo que errado. Nunca beiraram a bancarrota, como Francis Ford Coppola que para terminar “Apocalypse Now”, um dos filmes mais importantes do cinema mundial, quase perdeu a casa e o vinhedo em Napa Valley.
Coppola, independente, coloca o seu na reta, arrisca dinheiro seu e de amigos que acreditam nele. Mesma coisa os grandes estúdios, só que usam dinheiro dos acionistas. Indies e biggies, produzem com dinheiro privado, não dinheiro público.
Barretão e Lucy, nem pensar. Acho que nunca puseram um centavo seu nas produções. Usam dinheiro dos outros, o dos otarios pagadores de impostos. Antes de aprenderem a escolher roteiros para apostar, tiraram Ph.D na arte de catar dinheiro do governo, conhecem o caminho das pedras (preciosas).
Nos anos de chumbo, garimparam dinheiro da ditadura e produziram filmes. Nos impossiveis anos de inflação de mais de 80% ao mês do Sarney, idem. Resistiram ao confisco do Collor. Adaptaram-se à “URV”, moeda provisória do Plano Real, no Itamar. Prosseguiram nos dois mandatos do FHC. Mantém as cabeças à tona no lullismo, que tem a torneira da produção dita cultural na mão do gramscista juca ferreira, que manda na grana oficial desde quando o “ministro” da Cultura era o seu pau mandado gilberto gil.
Dizem que a grana só sai para cumpanhero obrar filmes da ideologia cumpanhera. Se Barretão e Lucy são cumpanheros, são do PC – Partido do Caixa. São banqueiros ou empreiteiros do cinema, sendo essas as catigurias que só se deram bem desde que aqui aportou Dom João VI.
Agora apostam décadas de experiências acumuladas no projeto mais ambicioso da famiglia, lançam até o começo de 2010, ano eleitoral, (coincidência ?) na maior cadeia de cinemas “lulla, um brasileiro”. Vida, paixão, beatificação e santificação desse personagem da ficção brasileira.
A fonte del oro mantida em segredo de cartão corporativo, foi revelada. Os primeiros Dez Milhões sairam da Ambev, Volks, Odebrecht. Não se iluda, não se trata de investimento de risco ou doação, é renúncia fiscal, grana que iria para os impostos mas não foi. Bufunfa da viúva.
Fala-se em mais Sete Milhões para o acabamento e o papai noel será o Ministério da Cultura. Mais grana da viúva. Se o cálculo for acurado, nunca é, o acabamento é caríssimo e feito no exterior, pago em dólares ou euros, temos que “lulla, um brasileiro” custará Dezessete Milhões e um troco. Como isso é sempre mais ou “menas”, pode por Vinte Milhões.
Há o marketing, as centenas de cópias para as centenas de salas e o creme do creme, a publicidade. Pode-se estimar aí um custo de 50% da produção, totalizando uns Trinta Milhões. Como isso é sempre mais ou “menas”, pode por Quarenta Milhões. É um recorde, o filme mais caro feito no Brasil, nunca antes nesse país...
Os Barreto querem provar que obram tão bem quanto as máquinas de culto às personalidades de Stalin e Mao, dois dos três Grandes Faróis da Humanidade. O terceiro, como se sabe, está em adiantada fase de construção, visite o decorado com terninho Ricardo Almeida.
Perder com a aventura é que não vão, Cut e Farsa Sindical já reservaram milhares de ingressos, é o que se diz. Um lullista viu dez minutos prontos e chorou em catadupas. Garantia de prêmio no Festival de Garanhuns.
Se fracassar, há o Plano B, o Cara é o Provável Samba Enredo da Portela, bancado pela Petrobrás (dizem).
81% DE APROVÇÃO NO IBOPE. “EÇEPAÍZ” TÁ BÊBADO.

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