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domingo, 23 de agosto de 2009

Os "ismos"

Interessante observar que toda democracia pouco sólida é sempre recheada de figuras emblemáticas que adquirem contorno de corrente política, ficando maior que seus partidos. Tivemos aqui no Brasil, o getulismo, o malufismo e agora o lulismo. Líderes de outra natureza não ganham esta conotação: não temos o Juscelinismo, por exemplo, ou o FHCardosismo. A diferença está, acredito, no temperamento autoritário do líder. Isto é que caracteriza o "ismo". Em outros países deste continente sul americano, acontece o mesmo; temos agora o chavismo, entre outros e já tivemos o peronismo cuja herança e o resultado está presente até hoje. O que os caracteriza também é o tipo de seguidores que têm: adeptos como se a uma seita pertencessem.
Líderes democráticos, ao contrário, diferem de líderes populistas por deixarem suas marcas através de contribuições importantes e valores bem definidos com aprêço profundo pela democracia; estes não ganham adeptos incondicionais, mas admiradores.
Em democracias plenas, todos intuem que o líder vem e vai e deixa apenas exemplos e idéias, que podem ou não ser seguidas, enquanto os líderes com "ismos" tendem a vir para ficar, todos com mandatos eivados de episódios tumultuados envolvendo corrupção e censura aos meios de comunicação, além das políticas assistencialistas que promovem o imobilismo em detrimento ao desenvolvimento social. A eles convêm a dependência e não a autonomia; incentivam a idolatria e o personalismo em substituição a princípios que serviriam como referência e inspiração às gerações futuras. Sinceramente, que história optaremos por escrever para o nosso país daqui para frente?
ELIANA FRANÇA LEME

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